Devido ao processo de globalização cada vez mais intenso, hoje em
dia, é possível comermos diversos tipos de pratos das mais diferentes culturas
do mundo. Cada culinária possui suas peculiaridades, e é por isso que ela é um
dos elementos da identidade de seu respectivo povo e de igual valor. Entretanto,
é evidente a grande importância da cozinha francesa para a formação das
cozinhas contemporâneas, afinal, ela é conhecia como a mãe da cozinha
ocidental.   
"La France est de loin le pays d'Europe qui accorde le plus d'importance à sa gastronomie, et les français communient depuis bien des générations dans la certitude quasi absolue que s'élabore sur leur sol la meillure cuisine au monde." (Gastronomie française: Histoire et géographie d'une passion. PITTE, Jean-Robert.). link para tradução.
A gastronomia francesa passou por altos e baixos durante a historia ate atingir sua hegemonia. Ela é ainda hoje muito prestigiada e carrega consigo traços da sua precursora de séculos atrás, quando a cultura francesa, nos seus mais diversos aspectos influenciava o resto do mundo. Sendo assim, hoje escreverei um pouco sobre molhos, fundamental no período clássico dessa cozinha.
   
        De acordo com Ronaldo L.P. Barreto, em seu livro PASSAPORTE
PARA O SABOR, 8ª edição, p.57, molhos são produções quentes ou frias que servem
para acompanhar, realçar, disfarçar ou mesmo identificar um alimento. Em
português, a palavra molho, resulta do fato de que essas produções “molham” o
alimento. Em quase todos os demais idiomas latinos, conservou-se a raiz latina salsus que significa "salgado",
(francês: la sauce,
espanhol e italiano: salsa,
inglês: sauce).
   
        Nas antigas brigadas de cozinha, havia um cozinheiro
especializado na arte de fazer molhos, o maître saucier. Essas produções eram parte integrante de uma receita e tiveram seu
apogeu nos séculos XVII e XVIII, evoluindo e passando por modificações.
          Para entendermos
melhor o processo de elaboração de um molho, precisamos conhecer um pouco as suas
bases. Na realidade, poderíamos ter outra postagem a respeito destas bases, então,
vamos resumir: Os molhos clássicos são compostos, na maioria das vezes, por fundo, roux, tempero e especiarias. O fundo, ao qual me refiro, nada mais é
que um “caldo” de algum tipo de carne ou legume, entretanto, preparado de
maneira artesanal e extremamente rígida e que possui sabor e odor sem igual. Ele
é classificado de acordo com sua preparação e cada uma das classificações são ideais
para molhos específicos. O roux, de
maneira simplória, é farinha de trigo “dourada” na manteiga, que serve para
espessar um molho e agregar textura sem que a produção fique com sabor de farinha.
Então podemos dizer que, salvo algumas exceções, molhos clássicos básicos, são fundos
devidamente realçados com especiarias e espessos com roux. 
          Auguste Escoffier,
um célebre da cozinha clássica francesa, classificou os molhos como básicos e
derivados, molhos emulsionados e molhos especiais.
Molhos Básicos:
Servem de acompanhamento além de serem,
como o nome já diz, base para outros molhos. São eles: 
ü Molho Espanhol, que apesar do nome, é da
cozinha francesa e muito tradicional. possui inúmeros derivados;
ü Molho Demi-glace, que deve ser brilhante,
translucido, de coloração marrom escura e textura consistente. Seus derivados
variam de acordo com o que é acrescentado à base e há uma infinidade deles que
podemos conhecer melhor no livro Passaporte para o sabor citado à cima;
ü Molho Bechamel é muito conhecido
popularmente como molho branco. Dentre os clássicos, é o único elaborado à base
de leite e não fundo. Ele é um ótimo acompanhamento para diversas preparações, além
de ser base para vários outros molhos e servir como liga em preparações como suflês
e croquetes;
ü Molho Velouté possui uma textura magnifica
e assim como o demi-glace, possui incontáveis derivados.
Molhos Emulsionados:
          São aqueles
resultantes da emulsão temporária ou permanente. Temporária é quando não se
sustenta por muito tempo e permanente é quando possui estabilidade.
ü Maionese muito conhecida, é estável,
cremosa, de coloração marfim e serve de acompanhamento para muitos pratos. Uma
dica muito importante é que na hora da preparação todos s ingredientes devem
estar em temperatura ambiente e não se devem utilizar recipientes metálicos,
pois materiais como ferro e alumínio comprometem o resultado. Ela como não é exceção,
também possui alguns derivados;
ü Molho Holandês trata-se de uma emulsão
temporária e quente, ao contrário da maionese que é fria. É uma produção
extremamente delicada que exige muita técnica, porém, de uma qualidade imensa.
Molhos Especiais:
          São
aqueles que por suas características não se enquadram na classificação usual,
podendo ter como elemento básico o creme de leite, iogurte, geleia, queijos
etc. Dentre alguns dos mais conhecidos estão:
ü Bread Sauce: leite, miolo de pão, cebola,
manteiga e creme de leite;
ü Gorgonzola: gorgonzola, creme de leite e
azeite;
ü Mexicano: iogurte, cebola, gengibre
fresco, pimenta jalapeño, hortelã e
coentro;
ü Pesto: azeite, manjericão, nozes, parmesão
e alho.
A preparação destas obras primas é realmente uma arte, assaz fascinante ara alguns e nem tanto para outros. Entretanto, quando conhecemos um pouco delas, passamos a conseguir notar sua influencia na nossa cozinha cotidiana e até mesmo nos restaurantes que frequentamos. O filme Ratatouille retrata, de maneira divertida, a cozinha clássica francesa e algumas das preparações citadas a acima.
  Espero
que a matéria tenha sido de significância para os leitores e especialmente para
aqueles que são amantes da gastronomia.  
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